Jornada Luso-Brasileira de Pesquisas Urbanas


Graça Índias Cordeiro, Susana Durão e Frédéric Vidal, investigadores do projecto “A cidade e a rua”, participaram numa Jornada Luso-Brasileira de Pesquisas Urbanas, organizada pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro, no dia 14 de Junho de 2007. O encontro contou também com a presença de Gilberto Velho e António Firmino da Costa, consultores do projecto, de Maria das Dores Guerreiro do CIES-ISCTE e de Celso Castro, director do CPDOC. A Jornada inseria-se no âmbito do projecto "Ciências Sociais e Pesquisas Urbanas", com a finalidade de fortalecer vínculos acadêmicos entre o CPDOC da Fundação Getulio Vargas e a área de Ciências Sociais do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), em Lisboa. Em particular, no sentido de estabelecer mecanismos de cooperação e intercâmbio de professores e alunos de graduação e pós-graduação ligados, por um lado, à Escola Superior de Ciências Sociais e ao Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais do CPDOC; por outro, ao Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do ISCTE. Os expositores, fizeram comunicações sobre suas trajectórias académicas e interesses actuais de pesquisa, seguidas de comentários e debate com o público.

Livro - À Escala Humana

O livro de João Pedro Silva Nunes, À ESCALA HUMANA. Planeamento urbano e arquitectura de habitação em Olivais Sul (Lisboa, 1959-1969), Lisboa: Arquitectura e Urbanismo - CML, 2007, foi lançado no ISCTE em Lisboa, durante uma sessão do FICYUrb, o 11 de Junho de 2007.

Dossier "Descrever a Cidade", Ler História nº52


Em 2007, o número 52 da revista Ler História publicou o dossier “Descrever a Cidade”, com artigos de Frédéric Vidal, Graça Índias Cordeiro, João Pedro Silva Nunes e Tiago Baptista. Este dossier retoma as comunicações apresentadas do XVI encontro da Associações Portuguesa de História Económica e Social (APHES) nos Açores.
Extracto da apresentação por Frédéric Vidal:
“Os textos ou documentos seleccionados referem-se a temas bastante variados mas dão a ver processos semelhantes. Estes discursos sobre a cidade aparecem sempre como tentativas de organização e de apropriação de um fenómeno tão plural e complexo como é o fenómeno urbano na época contemporânea. Podemos prolongar a análise sublinhando que encontramos aqui efeitos similares das descrições ou, pelo menos, influências comparáveis. Destacam-se três aspectos. Primeiro a dimensão propriamente espacial do fenómeno urbano. As descrições contribuem para o ordenamento do espaço urbano, identificando e valorizando hábitos específicos e estabelecendo distinções simbólicas ou de uso. As ruas dos roteiros, o centro da cidade definido pela presença de cinema de estreia são categorias espaciais que passam a ser de uso corrente. O segundo toca nas definições do que Graça Índias Cordeiro chama «a urbanidade de Lisboa». Existe aí de facto a sensação de uma especificidade do caso da capital portuguesa. A relação com a história e com os tempos passados ou, pelo contrário, com a modernidade, teria sido problemática. Por outro lado, as descrições aqui analisadas testemunham também a circulação internacional de modelos geralmente ligados à noção de progresso ou de modernização: os roteiros lisboetas inspiram-se directamente nos modelos parisienses e londrinos; nos relatos de sessão de cinema, a cidade reveste-se de um certo cosmopolitismo ou, pelo menos, são-lhe reconhecidos alguns atributos das grandes metrópoles europeias. Esta tensão entre a resistência à mudança e as tentativas de adaptação e de acompanhamento das mesmas parece ser um eixo de análise promissor. Por fim, as descrições são também categorias de acção. O exemplo dos «dormitórios» é aqui particularmente ilustrativo. Utilizando as palavras de João Pedro Nunes, as descrições contribuem para «formar conhecimento sobre o território» e para «capacitar a intervenção dos poderes públicos e para influenciar decisões politicas». Os quatro estudos aqui apresentados permitem acompanhar momentos relevantes e bem identificados da história de Lisboa. Contudo, encontramos também propostas de enquadramento geral da evolução das sociedades urbanas contemporâneas, que focam a dimensão espacial, os confrontos entre diferentes temporalidades e os modos de intervenção de actores específicos. Jogando entre o geral e o particular e conservando sempre um carácter sintético, as descrições aparecem como objectos de análise particularmente ricos para a história urbana.”

Defesa de Tese - Susana Durão, "Patrulha e Proximidade"



Susana Durão defendeu a sua tese de doutoramento em Antropologia, "Patrulha e Proximidade. Uma etnografia da polícia em Lisboa" no dia 14 de Novembro de 2006, no ISCTE, perante um júri composto pelos Professores Rosa Maria Perez, Gilberto Velho, Manuela Ivone Cunha, António Firmino da Costa e Graça Índias Cordeiro. A sessão durou cerca de três horas, em discussão intensa e interessante, perante uma sala recheada de amigos e familiares da candidata, estudantes, professores e... polícias!.


A tese pode ser consultada online no repositório do ISCTE: https://repositorio.iscte.pt/handle/10071/274

Livro - Os Habitantes de Alcântara


O livro de Frédéric Vidal, Les habitants d'Alcântara. Histoire sociale d'un quartier de Lisbonne au début du XX siècle, Presses Universitaires du Septentrion, 2006, foi lançado em Lisboa, no dia 27 de Fevreiro de 2007, na Nouvelle Librairie Française do Instituto Franco-Portugais, com apresentação de Miriam Halpern Pereira e do autor. A sala estava cheia e o evento foi um sucesso.

Reunião

No dia 21 de Novembro de 2006, foi feita uma reunião com a presença de todos os consultores e investigadores. Foram apresentadas investigações em curso: sobre o parkour em Lisboa, uma prática de rua com actores, contextos, itinerários e campos específicos (Lígia Ferro); sobre as formas como os polícias foram regulando o trânsito e os comportamentos sociais em Lisboa, entre 1890-1910 (Gonçalo Gonçalves).

Mesa Redonda

No dia 19 de Julho de 2006, foi feita uma reunião mesa-redonda onde todos os investigadores apresentaram trabalhos em curso e os problemas teóricos-metodológicos que enfrentavam.
Houve apresentações sobre as sociabilidades juvenis em torno do consumo e venda de estupefacientes (Marta Sofia Pinto); sobre sociabilidades juvenis e ocupação dos espaços convocadas por práticas de rua como o Parkour e o graffiti (Lígia Ferro).
Discutiu-se a vida urbana em cojuntos residenciais que começaram a caracterizar Lisboa desde os anos 60 (João Pedro Nunes) e o acompanhamento dos processos sociais e culturais implicados no realojamento de uma comunidade hindu em Lisboa, da Quinta da Vitória (Rita d’Ávila Cachado).
Já numa perspectiva histórica, discutiu-se a problematização das formas urbanas do século XIX e a construção de estruturações das sociedades urbanas a uma escala microlocal (Fréderic Vidal); mas também o papel dos polícias e da organização moderna policial desde o século XIX na ordenação das práticas e rotinas dos lisboetas e na definição de ruas e circulação rodoviária.

Arranque do projecto

Esta reunião, do dia 21 de Setembro de 2005, marcou o arranque do projecto "Rua" e contou com a presença de todos os investigadores e consultores.
Foram reflectidos problemas de ordem metodológica na definição do objecto "rua". Discutiu-se o recorte e a necessária definição de uma observação multisituada de jovens consumidores de estupefacientes (Marta Sofia Pinto).
Foram apresentadas as primeiras reflexões a partir de uma "etnografia itinerante" entre polícias nas suas rotinas de trabalho: formas de construção, negociação e afirmação de poder nas ruas, focalizando a segmentação de espaços urbanos produzida (Susana Durão).
Foi discutido como conhecer as sociabilidades em complexos habitacionais pode desafiar a situação do etnógrafo na vida urbana: nas dificuldades de acesso à vida doméstica, na multiplicação de situações da vida pública que devem ser definidas: "tipos", actividades, encontros, etc. (João Pedro Nunes).

A Cidade e A Rua: Aproximação Etnográfica à Vida Urbana

O projecto "A Cidade e A Rua: Aproximação Etnográfica à Vida Urbana" [POCI/ANT/57506/2004] é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), sendo o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE) a instituição de acolhimento.
O Centro de Estudos de História Contemporanea Portuguesa (CEHCP-ISCTE), o Fórum Sociológico (FCSH-UNL), o Centro de Ciências do Comportamento Desviante (FCPE-UP), o Centro de Investigação em Serviço Social e Estudos Interdisciplinares (ISSSL), são instituições participantes.
Conta com a generosa colaboração dos consultores António Firmino da Costa (CIES-ISCTE), Gilberto Velho (UFRJ), Joaquim Pais de Brito (MNE/ISCTE) e Rosa Maria Perez (CEAS-ISCTE).
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Será que a rua pode ser um objecto de estudo para as ciências sociais?
A rua pode ser entendida como unidade mínima de vida urbana, lugar de sociabilidade que se desdobra em vários níveis e dimensões. A rua é lugar de acção, interacção, diferenciação e socialização, transgressão e controlo social, circulação, de encontro e de confronto. Um espaço de integração de funções (residenciais, laborais, de lazer), um território impregnado de memórias, um cenário e palco de cruzamentos sociais, de trajectórias e destinos individuais que interagem.

Este site apresenta um projecto de investigação colectivo e pluridis-ciplinar em torno da rua. A rua, nas suas extensões
(lojas, associações, templos, praças, esquinas), é aqui perspectivada como uma síntese possível de «vida citadina», recorte etnográfico único para a exploração e o conhecimento da vida urbana contemporânea a partir de baixo e de dentro. Neste sentido, a rua não surge como uma unidade definida à priori, mas sim como um objecto a identificar e a construir ao longo do próprio processo de investigação – nas áreas da antropologia urbana, história social e urbana, sociologia urbana, psicologia ambiental.

Os enfoques temáticos desenvolvem-se a partir de vários pontos de vista:
*a rua como unidade de população temporalmente estável;
*a «ideia de rua» nos projectos e imaginário do urbanismo moderno vs a sua apropriação pelas populações que a ocupam;
*a rua dos polícias na acção de vigilância e controlo e nas representações profissionais e sociais;
*a rua das sociabilidades juvenis entre a casa e bairro ou de formas de nomadismo urbano associados a práticas de comércio e consumo de droga;
*a rua dos muçulmanos da África Ocidental em torno de práticas de geomância;
*a rua das famílias hindus em processo de realojamento entre o templo e o centro comercial;
*a «vida de rua» em áreas suburbanas e urbanas mais ou menos sedimentadas, mais ou menos precárias



More so than the topic, it is the street that is a problem to be identified and stated. The street can be seen as the minimum unit of city life, a place of sociability registering various levels and dimensions – of action, interaction, differentiation and sociability; misbehaviour and social control; circulation and mutual acquaintance; meeting and confrontation; a space for the integration of functions (relating to residence, work and leisure), a territory steeped in memories, a social crossroads and the scene of and stage for different daily lives and individual, interacting trajectories and destinies. In its extensions (shops, associations, churches, squares, street corners and even houses) the street is viewed here as a possible synthesis of city life, a singular ethnographic sample for exploring and getting to know contemporary urban life from “the bottom and the inside”. In this sense, the street does not emerge as a pre-defined unit but as an object to be defined and constructed throughout the research process itself, an observation unit with considerable social and cultural consistency and with comparison possibilities that add original knowledge to a theoretical reflection on the city and its specific socio-cultural dynamics. Methodologically, the research is organized around a set of social and culturally different case studies, both from the point of view of the topics and the ethnographic contexts involved. The cases correspond to individual research paths, at different stages of development, which contributes to an open reading permitting the identification of patterns, regularities and consistencies at complex social situations. Such investigations, disciplinarily diverse, favour ethnographic registration close to the micro-scale of daily life, using a variety of methods and techniques, such as observation, interviews, situational and network analyses, documentary, press and archive research, video-recordings and, possibly, a questionnaire. The places selected in Lisbon and Porto are varied, from the historical centres to the suburbs, in neighbourhoods (recent, historic, «popular», precarious, multi-ethnical, social-housing and middle-class) and other types of public or private space. Thematically, the points of focus are developed from the point of view of: the street as a population unit that is stable in time; the «idea of the street» in the projects and imagery of modern urbanism vs its appropriation by the people occupying it; the street of the police force in its activities of guarding and supervising and in professional and social representations; of the young people’s sociabilities between home and neighbourhood or of the forms of urban nomadism associated with drug trafficking and use; of West African Muslims practising geomancy; of Hindu families being re-housed between the temple and commercial centre; the «street life» in more or less settled urban and suburban areas.

FICYUrb

A First International Conference of Young Urban Researchers (FICYUrb) decorrerá no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) nos dias 11 e 12 de Junho de 2007.
O call for papers está aberto até ao dia 16 de Março de 2007. Os resumos (de 250 palavras) deverão ser enviados até essa data, acompanhados de uma pequena nota biográfica. Aceitam-se comunicações em português, inglês, castelhano e francês. Os autores deverão indicar em que línguas estão preparados para apresentar a comunicação. Os autores serão avisados da aceitação até ao dia 2 de Abril. Os papers deverão ser enviados até dia 14 de Maio de 2007.
Poderá ser encontrada mais informação em https://conferencias.iscte.pt/index.php?cf=3.
Eventuais dúvidas devem ser endereçadas para ficyurb.cies@iscte.pt.
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The First International Conference of Young Urban Researchers (FICYUrb) will take place at ISCTE, in Lisbon – Portugal, June 11th and 12th, 2007. The organization of this scientific meeting was born from the will to create a space of interdisciplinary debate. Young researchers in urban studies that work and develop their researches on cities are expected to play a major role in this scientific meeting dynamic’s. The Conference is intended to be an adequate space to disseminate the most recent academic researches in urban studies from a wide range of disciplinary perspectives of the social sciences. While encouraging an international scientific debate, the Conference will provide a place of interchange between young urban studies practitioners and senior academics with a wide experience, especially those invited to the Opening and Final lectures in the meeting.
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The conference organization will be provided by the Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE) in cooperation with Fórum Sociológico Journal from the Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/UNL) and Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (IS-FLUP).
The organizing team is composed by Graça Índias Cordeiro (principal adviser) and by the postgraduate students on urban anthropology, sociology and history: Gonçalo Gonçalves, Inês Pereira, João Pedro Nunes, Lígia Ferro and Rita Cachado.
A Conference Scientific Programme Advisory Council will provide scientific support to the organizing team. This Council is composed by researchers and university lecturers in Anthropology, Architecture, Geography, History, Psychology and Sociology: Alain Bourdin, Álvaro Domingues, Annick Germain, António Firmino da Costa, Carles Feixa, Emílio Duhau, Frédéric Vidal, Gilberto Velho, Joan Pujadas, João Cabral, João Teixeira Lopes, Jorge Malheiros, Luís Baptista, Luís Fernandes, Manuel C. Teixeira, Maria Alexandre Lousada, Michel Agier, Nuno Luís Madureira, Roselyne de Villanova, Tim Sieber.

Policiamentos na viragem do séc. XIX para o XX

Por Gonçalo Gonçalves


Polícia, 1885.

Polícias entre a multidão no início do século XX.


Exercícios da polícia, 1918.


Melhoramentos da mobilidade policial com o inicio de uso da bicicleta, à entrada do séc. XX.


Polícias, mendigos, mitras.


No final do séc. XIX uma norma interna instruia os polícias a circularem ao lado do passeio e não no passeio.


Polícia sinaleiro, por volta de 1920.


Polícia com cão.

Patrulha e Proximidade, diário de campo em imagens...

Por Susana Durão


Manifestações de rua. Entre os polícias, os cidadãos e os repórters. (Junho de 2004)
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Com um “agente à civil” da PSP nas “ruas da droga”. Este mostra-me as armas e apetrechos que traz disfarçados por baixo da camisola. (Maio de 2004)
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Nas ruas do “bairro da droga” com os polícias. (Junho de 2004)
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Nas ruas do “bairro de classe média” com os polícias. (Junho de 2004)
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Com os polícias numa ocorrência: um acidente de viação. (Setembro de 2004)
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Com um polícia em “serviço remunerado”, um trabalho extra. (Setembro de 2004)
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No carro patrulha, preparativos para mais um turno de serviço. (Maio de 2004)
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O serviço “de banca” da esquadra, o atendimento ao público. (Julho de 2004)

Diário

27 de Fevereiro de 2007
O livro de Frédéric Vidal, Les habitants d'Alcântara. Histoire sociale d'un quartier de Lisbonne au début du XX siècle, Presses Universitaires du Septentrion, 2006, foi lançado em Lisboa, na Nouvelle Librairie Française do Instituto Franco-Portugais, com apresentação de Miriam Halpern Pereira e do autor. A sala estava cheia e o evento foi um sucesso.

21 de Novembro de 2006
Foi feita uma reunião com a presença de todos os consultores e investigadores.
Foram apresentadas investigações em curso: sobre o parkour em Lisboa, uma prática de rua com actores, contextos, itinerários e campos específicos (Lígia Ferro); sobre as formas como os polícias foram regulando o trânsito e os comportamentos sociais em Lisboa, entre 1890-1910 (Gonçalo Gonçalves).

19 de Julho de 2006
Foi feita uma reunião mesa-redonda onde todos os investigadores apresentaram trabalhos em curso e os problemas teóricos-metodológicos que enfrentavam.
Houve apresentações sobre as sociabilidades juvenis em torno do consumo e venda de estupefacientes (Marta Sofia Pinto); sobre sociabilidades juvenis e ocupação dos espaços convocadas por práticas de rua como o Parkour e o graffiti (Lígia Ferro).
Discutiu-se a vida urbana em cojuntos residenciais que começaram a caracterizar Lisboa desde os anos 60 (João Pedro Nunes) e o acompanhamento dos processos sociais e culturais implicados no realojamento de uma comunidade hindu em Lisboa, da Quinta da Vitória (Rita d’Ávila Cachado).
Já numa perspectiva histórica, discutiu-se a problematização das formas urbanas do século XIX e a construção de estruturações das sociedades urbanas a uma escala microlocal (Fréderic Vidal); mas também o papel dos polícias e da organização moderna policial desde o século XIX na ordenação das práticas e rotinas dos lisboetas e na definição de ruas e circulação rodoviária.

21 de Setembro de 2005
Esta reunião marcou o arranque do projecto "Rua" e contou com a presença de todos os investigadores e consultores.
Foram reflectidos problemas de ordem metodológica na definição do objecto "rua". Discutiu-se o recorte e a necessária definição de uma observação multisituada de jovens consumidores de estupefacientes (Marta Sofia Pinto).
Foram apresentadas as primeiras reflexões a partir de uma "etnografia itinerante" entre polícias nas suas rotinas de trabalho: formas de construção, negociação e afirmação de poder nas ruas, focalizando a segmentação de espaços urbanos produzida (Susana Durão).
Foi discutido como conhecer as sociabilidades em complexos habitacionais pode desafiar a situação do etnógrafo na vida urbana: nas dificuldades de acesso à vida doméstica, na multiplicação de situações da vida pública que devem ser definidas: "tipos", actividades, encontros, etc. (João Pedro Nunes).

Workshops CIES

No âmbito das actividades do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES/ISCTE) têm vindo a ser realizados workshops de investigação que visam apresentar, discutir e reflectir sobre processos, métodos e resultados da investigação científica na área das ciências sociais. O projecto “City from the street” terá as seguintes apresentações

Quartas-feiras, 13h30-14h30, Sala 2N4

7 de Fevereiro de 2007
"Quando a cidade se enche de ruas. Ordem e modernidade nas discrições da Lisboa do século XIX", por Frédéric Vidal.

7 de Março de 2007
"A rua violenta. Sobre formas de negociação da segurança entre polícias, associações e citadinos", por Susana Durão.

2 de Maio de 2007
"O governo da (e a partir da) rua. A Polícia Civil de Lisboa 1890 – 1940" por Gonçalo Gonçalves

16 de Maio de 2007
"Parkour, uma prática de rua: actores, contextos, itinerários e campos" por Lígia Ferro

Pode consultar o calendário dos Workshops do Cies em: http://cies.iscte.pt/outras/workshopsCIES/index.jsp

Colóquio “O Lugar da Rua: Cidade, Tempo, Sociabilidade”

“O Lugar da Rua: Cidade, Tempo, Sociabilidade” foi um encontro pluridisciplinar e internacional que decorreu a 18 e 19 de Novembro 2005 no Auditório Afonso de Barros, ISCTE, organizado or Graça Índias Cordeiro e Frédéric Vidal, com apoio da FCT (FAAC), Fundação Calouste Gulbenkian e FLAD. Contou com a participação de cientistas nacionais e estrangeiros, de dois consultores do projecto e sete comunicações da autoria de investigadores, dando conta dos resultados provisórios de um primeiro período de trabalho de campo, nos vários terrenos. Contou, ainda, com participação activa dos estudantes das pós-graduações em antropologia urbana. Com uma grande participação, ao nível do público, que reuniu mais de uma centena de inscritos que assistiram às comunicações e debate ao longo dos dois dias que durou o encontro, pode-se afirmar que os seus objectivos foram amplamente atingidos. Em primeiro lugar, pelo encontro que promoveu entre reputados antropólogos urbanos e historiadores de diferentes nacionalidades (norte-americana, francesa, catalã-espanhola) e tradições teóricas e metodológicas, que aqui puderam partillhar pesquisas em curso sobre o tema em questão e cruzar perspectivas de análise em relativa sintonia (do lado da etnografia e da micro análise histórica) num exercício extremamente interessante e fértil. Em segundo lugar, por ter criado um espaço de debate aberto e livre entre jovens investigadores em início de pesquisa e cientistas seniores, promovendo um tipo de socialização extremamente gratificante para todos, facilitador de contactos futuros. Em terceiro lugar, pela perspectivação de uma rede científica internacional enquadradora do projecto que inspirou este encontro, concebido como um dos momentos de apresentação de resultados provisórios das pesquisas em curso. Finalmente, foi a partir deste encontro que nasceu a publicação do livro que pode ser considerada um quarto ponto muito positivo, atendendo à qualidade das comunicações e conferências apresentadas. De um ponto de vista científico, consideramos que o debate suscitado entre pontos de vista disciplinares que, apesar de distintos, confluiam em muitos pontos, ajudou a clarificar algumas das vertentes do projecto em curso, contribuindo assim, indubitavelmente, para melhor compreender qual o papel da rua na construção de uma vida social e cultural urbana.

Veja os resumos (PDF).

Veja lista de participantes e contactos (PDF).


Subsídios e apoios:





“A Cidade e a Rua”, Painel no III Congresso da APA

No âmbito do III Congresso da Associação Portuguesa de Antropologia “Afinidade e Diferença”, que decorreu no ISCTE entre 6,7 e 8 de Abril de 2006, foi organizado o painel de discussão “A cidade e a rua: olhares pluridiscplinares”, por Graça Índias Cordeiro. Este teve como objectivo apresentar alguns resultados provisórios de várias pesquisas em curso, através da exploração e confronto das múltiplas dimensões que se entrecruzam na construção sempre negociada dos usos e significados desse espaço relativamente aberto e público, convencionalmente designado por “rua”. A diversidade disciplinar das perspectivas apresentadas – antropologia, história, sociologia, psicologia, arquitectura – surgiu como um factor enriquecedor desta discussão.

Veja os resumos (PDF).

“Descrever a Cidade”, Painel APHES

No âmbito do XXVI Encontro da APHES, em Ponta Delgada, entre 17 e 18 de Novembro de 2006, foi apresentado um Painel intitulado “Descrever a cidade. Lisboa, séc. XIX e XX”, organizado por Frédéric Vidal. Está em preparação a publicação das actas em “dossier temático” na revista Ler História.

Resumo:
Como lugar de tensão e de experimentação ou de síntese das evoluções sociais, a cidade da época contemporânea tem sido objecto de inúmeras descrições. Estes textos ou documentos iconográficos encerram o fenómeno urbano numa série de definições ou verdades rígidas e, por vezes, antagónicas. Cada actor tem a sua maneira de descrever e de definir a sua cidade, segundo objectivos e interesses próprios. Como estabelecer ligações entre os discursos dos habitantes, dos pensadores ou urbanistas, das administrações locais ou nacionais, dos artistas, dos viajantes, dos memorialistas, do poder municipal, dos políticos, dos cientistas, etc.? Partindo do princípio que cada descrição é boa ou legítima, no sentido em que testemunha sempre uma posição ou uma escolha na maneira de pensar e de viver a cidade, este painel propõe analisar alguns processos que, em contextos históricos e sociais diferenciados, contribuíram para moldar formas de vida urbana. Por descrição da cidade, entende-se toda a actividade, mais ou menos visível ou assumida, de categorização e de construção de discursos e de saberes sobre a cidade. A operação de descrição vai além da questão da representação e da produção ou da circulação de imagens. São os intercâmbios entre o objecto descrito e o discurso descritivo que têm de ser focados: a invenção de novos objectos; a delimitação de novas formas urbanas; as evoluções nos usos dos espaços; a valorização do papel de actores sociais específicos no desenrolar da vida urbana. O tema deste painel é a descrição como actividade estruturadora do fenómeno urbano.
A ideia é juntar um grupo pluridisciplinar de investigadores que trabalham temas relacionados com história urbana – e mais propriamente com a história da cidade de Lisboa – baseando parte do seu estudo na análise aprofundada de uma documentação homogénea e claramente identificada. A diversidade dos contextos históricos e das situações sociais e culturais pode ser evidenciada tanto no objecto descrito – a cidade – como no modo de produção do documento em questão. Os textos ou documentos seleccionados referem-se a temas bastante variados (o registo da toponímia e da organização formal do espaço urbano; a construção e a difusão de imagens através da olisipografia; o papel social do cinema e das salas de cinema; os planos directores de urbanização) mas, no entanto, dão a ver processos semelhantes: estes discursos sobre a cidade aparecem sempre como tentativas de organização e de apropriação de um fenómeno tão plural e complexo como é o facto urbano na época contemporânea.

O painel é organizado em torno de quatro intervenções que correspondem a quatro tipos de discursos sobre a cidade:

Frédéric Vidal [historiador; pós-doutorando em História; Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa – ISCTE; bolseiro FCT]: A invenção de um olhar e de um instrumento: os roteiros da cidade de Lisboa no início do século XIX.

Graça Índias Cordeiro [antropóloga; professora do Departamento de Antropologia do ISCTE; Centro Investigação e Estudos de Sociologia – ISCTE]: Em busca do pitoresco: paisagens e figuras de Lisboa através da olispografia.

Tiago Baptista [historiador; Investigador da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema]: Os cinemas sem monóculos e lábios pintados. Relatos de sessões de cinema em Lisboa na transição para o sonoro.

João Pedro Nunes [sociólogo; doutorando em Sociologia; Fórum Sociológico da Faculdade Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; bolseiro da FCT]: Uma viagem pelos dormitórios de Lisboa: Entre o Plano Director da Região e as imagens na imprensa (1960-1970).

"O Lugar da Rua", em edição

O Lugar da Rua.
Cidade, tempo, sociabilidade
Graça Índias Cordeiro e Frédéric Vidal (Organizadores)

“O Lugar da Rua…”, colectânea a editar nos Livros Horizonte em 2007, decorre de um encontro entre diferentes investigadores que decidiram reflectir e questionar um objecto – a rua – através de uma aproximação máxima: de perto, em situação, procurando não reduzir artificialmente a complexidade de certas formas sociais que a caracterizam, sempre atentos às mudanças históricas. A rua é olhada, analisada, reflectida a partir da etnografia e da micro-análise histórica, suscitando um debate entre pontos de vista disciplinares que, apesar de distintos, confluem em muitos pontos, ajudando a clarificar algumas das vertentes teóricas das investigações em curso, contribuindo assim para melhor compreender qual o papel da rua na construção de uma vida social e cultural urbana.
Com uma introdução, que apresenta os parâmetros inspiradores desta discussão, e uma conclusão que sintetiza algumas das linhas desenvolvidas nos vários capítulos, o livro é composto por um conjunto de onze capítulos com cerca de quinze páginas cada. Os títulos apresentados no índice e resumos são ainda provisórios.

A sair brevemente...

Rosa Maria Perez

Joaquim Pais de Brito

Gilberto Velho

António Firmino da Costa

Policiamentos na viragem do séc. XIX para o XX

Policiamentos na viragem do séc. XIX para o XX
(Gonçalo Gonçalves)



Polícia, 1885.


Polícias entre a multidão no início do século XX.


Exercícios da polícia, 1918.


Melhoramentos da mobilidade policial com o inicio de uso da bicicleta, à entrada do séc. XX.


Polícias, mendigos, mitras.


No final do séc. XIX uma norma interna instruia os polícias a circularem ao lado do passeio e não no passeio.


Polícia sinaleiro, por volta de 1920.


Polícia com cão.


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